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CENTRO DE MEMÓRIA ARCA DO AXÉ



 

PONTO DE CULTURA E LEITURA ARCA DO AXÉ

ATIVIDADES DE DOMINGO A DOMINGO,CINECLUBE,BIBLIOTECA,INFORMÁTICA E AUDIO VISUAL,DANÇA AFRO,PERCUSSÃO,RECONSTRUÇÃO DAS ARTES,COLETA SELETIVA,GESTÃO SOCIAL E REDE......

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TEMA CARNAVAL 2014..... 

 

O BLOCO AFRO ARCA DO AXÉ,TEMA 2014 ,OS ENGOMAS DE ORIGEM BANTU,DESFILA QUINTA AS 20 HS NO CIRCUITO BATATINHA,DOMINGO E TERÇA NO AFRODROMO,AS 18 HORAS NO CAMPO GRANDE, COM ANA KALLYS,SAMBA DE ENGOMA,CARLINHOS BROWN,ESTAMPA DAS INDUMENTÁRIAS ASSINADA POR ALBERTO PITTA E A REDE DE ENTIDADES DE MATRIZES AFRO BRASILEIRAS,QUE COM SEU TRABALHO SÓCIO-CULTURAL-EDUCATIVO ,CONSTROI A VERDADEIRA IGUALDADE  E O RESPEITO A DIVERSIDADE NA RAÇA E NA CORAGEM DE NOSSAS ANCESTRALIDADE.COM APOIO DO PROJETO CARNAVAL DO OURO NEGRO-SECULT-CCPI-BAHIA  E PARCEIROS.

HOMENAGEM A JOSÉ OLISSAN,OS TEMOSOS DO SAMBA,TONHO MURITIBA,LUIZA DO BEIRU DA CRECHE ESCOLA,TEREZINHA DE OXUM DO ASV,IZABEL DA GOMA,IRAILDES  DO ALAKA-AFONJA,URANIA,DUDU,NOEMIA,DEBORA FREITAS DA ANGOLA BRANCA,FAMÍLIA ROCHA DA USINA DE SÃO FELIX,IVAN CARVALHO DE ARIGOFI,MARCOS RODRIGUES,RENATO DE OXOSSI,MÁRIO GUSMÃO,ROBERTO DO BEIRU,A BAIANA DIDICA  DE OGUM MARINHO,YALORIXA DILCELIA DO TOLOGI,VALTER DO JOGO DE IFÁ,BRANCO E YALORIXA DONA DALVA DO ILÊ AXÉ OROMIN,LOLLY TRAQUITANO ESTILISTA,MESTRE SÓRO,CARLOS SIMON,JAIR ESQUERDINHA DA RÁDIO HITS,AFRO  E NEGA JHOW,EVILAZIO SAPATÃO,DOUTOR MAROCA,SÉRGIO ICARO,IVERSON OLIVEIRA,MESTRE JAIRO AUGUSTO,MESTRE BOCA DA PINDONBEIRA,SEU NEM E DONA AMALIA DA CHULA DE AMARGOSA,IVETE SACRAMENTO,JOSÉ CARLOS LIMEIRA O POETA,RAIMUNDO ARTS ,GILBERTO DA CONEN-NIGER OKAN,EDVALDO BOLAGI,MIGUEL DA CASA DO SAMBA SANTA CRUZ-ASSEBA-SALVADOR,FATIMA FRÕES,PAULO LIMA,CINEASTA SERAFIM DA FACOM,EMILIANA ,VALENTIM,ANA BATISTA,CLEOMAR DA UNEB, OLODUM,O ILÊ AIYÊ,MUZENZA,MUNDO NEGRO,ALBERTO PITTA  E MUITOS OUTROS QUE CONTRIBUEM PARA A RESISTÊNCIA E O RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS.

 

"SÓ HÁ UM REI,QUE É DEUS" AXÉ,SAÚDE E PAZ PARA TODOS...

FECE DA ARCA DO AXÉ...NO ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAS NO BRASIL E   NO MUNDO ,COM A REDE DE MULTIPLICADORES........PARTICIPE PROTESTE,BOICOTE, REAJA PELO BEM COMUM,NÃO POR MEIA DUZIA,DIGA NÃO A DEMOCRATURA E O PUTEIRO DESGOVERNADO...

 

 

 

Avarez

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2013....REFLEXÃO...

 

“OS ENGOMAS  DE ORIGEM BANTU” ORIGEM DO NOME DO BAIRRO DE ENGOMADEIRA,ONDE NAS FONTES  SE LAVA-SE ROUPAS DE GANHO DESDE DA EPOCA DA ESCRAVIZAÇÃO,É NO DICIONARIO BANTU –LINGUA AFRICANA(ANGOLA-CONGO)  QUE AFIRMA A PRESENSA MARCANTE DESSA ORIGEM NESTE LOCAL,SIGNIFICA  TAMBOR,O TOCADOR DO ENGOMA XICARONGOMA,QUE ENGOMAR  É ACORAR O TAMBOR OU PASSAR GOMA  NA ROUPA ,VERSÃO ONDE VIVE OS TAMBORES ;ONDE AO ARREDOR DO QUILOMBO DO CABULA-BEIRU;SE ENCONTRA DIVERSOS TERREIROS DE CANDONBLÉS E SUAS NAÇÕES; QUE A SECULOS SE MISTURAM CULTURALMENTE;OU MELHOR DIZENDO,  DESDE O VELHO MUNDO TRIBAL AFRICA-BRASIL;DIVERSOS GRUPOS DE MATRIZES AFRO BRASILEIRA,PERSONALIDADES E TODA UMA HISTÓRIA QUE AOS POUCOS PENETRA NAS ESCOLAS E NESSA NOVA GERAÇÃO; QUE VEM SENDO REGISTRADA PELO CENTRO DE MEMÓRIA ARCA DO AXÉ (IBRAM-MINC)E PELOS MULTIPLICADORES DO PONTO DE CULTURA E LEITURA ,A ESCOLA E BIBLIOTECA COMUNITÁRIA ENGENHO DOS NEGROS ,O SAMBA DE ENGOMA E A REDE DE CULTURA ENGOMA-BEIRU-CABULA-SALVADOR-BAHIA-BRASIL.

 

 

 SITE DO CENTRO DE MEMÓRIA ARCA DO AXÉ

 

http://arcadoaxe.comunidades.net/

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http://www.juventude.ba.gov.br/?page_id=8-

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 HISTÓRICO

A ASSOCIAÇÃO CULTURAL, COMUNITÁRIA E CARNAVALESCA ARCA DO AXÉ E A ESCOLA E BIBLIOTECA COMUNITÁRÁRIA ENGENHO DOS NEGROS, NASCEU DE UM GRUPO FOLCLÓRICO EM 20 DE NOVEMBRO DE 1996, FORMADO POR DIVERSOS ARTISTAS, EDUCADORES E A COMUNIDADE DO BEIRU, ENGOMADEIRA E CABULA. NOSSAS ATIVIDADES VÃO DESDE A ESCOLA E BIBLIOTECA COMUNITÁRIA (COM EDUCAÇÃO INFANTIL, ALFABETIZAÇÃO, CURSOS PROFISSIONALIZANTES DE JOVENS E ADULTOS), HORTA COMUNITÁRIA, OFICINA DE DANÇA AFRO, PERCUSSÃO, ARTESANATO, MÁSCARAS, MÚSICA, INFORMÁTICA, IDIOMAS, CALÇADOS, ÁUDIO-VISUAL, SAMBA DE ENGOMA ATÉ A PARTICIPAÇÃO NO CARNAVAL E FESTAS POPULARES COM A PARCERIA DE VÁRIAS ENTIDADES DA REDE DE CULTURA ENGOMA – BEIRU - CABULA-SALVADOR-BA-BRASIL. TEMOS AINDA GRUPOS DE MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS (CAPOEIRA, MACULELÊ, BUMBA MEU BOI, ALA DE BAIANAS E A PERCUSSÃO DO SAMBA DE RODA E SUAS FUSÕES), ENVOLVENDO A PARTICIPAÇÃO DE ADOLESCENTES, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS, PROTAGONISTAS E HERDEIROS DA RESISTÊNCIA AFRO BRASILEIRA

 

  • SAMBÃO DO FERA NEGRA DO BEIRU 1987 (ATUAL SAMBA DE ENGOMA)
  • AULA DE DICÇÃO E POSTURA DE VOZ NO BLOCO AFRO OLODUM COM ATOR MÁRIO GUSMÃO)  (DOMINGOS SÉRGIO,JOSÉ OLISSAN E JAIR ESQUERDINHA) 1986,1987,1989
  • ENTREVISTA SOBRE O SAMBA REGGAE NA RÁDIO EDUCADORA COM JONATAS CONCEIÇÃO (FALECIDO),JOTA ZÓ,PAULINHO KAKA NA  RÁDIO PIATÃ FM,TV BAHIA COM VANDA CHESE (PARTICIPAÇÃO DE JOSÉ OLISSAN E DOMINGOS SÉRGIO-AUTORES DE REVOLTA OLODUM-A MELHOR MÚSICA E MAIS TOCADA DO CARNAVAL DO ANO) MARÇO DE  1990
  • PRODUÇÃO DA BANDA CORISCO (CAMINHÃO DO FAUSTÃO-TV BAHIA-REDE GLOBO (1992,1993 E 1994),SHOWS NO FEMADUM,MICARETAS DA BAHIA E EVENTOS DIVERSOS
  • GRUPO FOLCLORICO ENGENHO DOS NEGROS EM 1992 (HOTEL PELOURINHO,FORTE SANTA MARIA NA BARRA)
  • PROGRAMAS DE ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - DESDE 1997;
  • CAPACITAÇÃO SOLIDÁRIA 1999, 2000 E 2001;
  • QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES CULTURAIS AFRO-DESCENDENTES (UNEB/MINISTÉRIO DO TRABALHO/FAT) - EM 2002 ;
  • FAZ CULTURA 2003  E EMTURSA-CARNAVAL DA  ARCA DO AXÉ
  • EDUCAÇÃO INFANTIL COM A BIBLIOTECA E ESCOLA COMUNITÁRIA ENGENHO DOS NEGROS - DESDE1996;
  • PROJETO 32 ANOS DO CARNAVAL DOS AFROS (PETROBRAS, FÓRUM DE ENTIDADES NEGRAS DA BAHIA);
  • 1º FEIRA DA REDE DE CULTURA ENGOMA/CABULA (FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATOS - PMS) - EM 2006;
  • COORDENAÇÃO DA REDE DE CULTURA  ENGOMA-BEIRU-CABULA-SALVADOR;
  • PONTO DE CULTURA E LEITURA (MINC) 2006/2008;
  • PRESERVAÇÃO E PRODUÇÃO CULTURAL DE MATRIZ AFRICANA COM O SAMBA DE ENGOMA (EX-SAMBÃO FERA NEGRA DE 1987)
  • PRODUÇÃO DO SAMBA DURO JUNINO,SAMBA REGGAE E DE RODA (BANDA ARCA DO AXÉ,SAMBA DE ENGOMA-SAMBAFRICA E SAMBÃO DE CHINA-PAU,SAMBÃO DOS TEIMOSOS;  NO PELOURINHO,ENGOMADEIRA,BEIRU , CIDADE NOVA,CARNAVAL DE SALVADOR ,02 DE JULHO DISFILE DA CABOCA E FESTAS POPULARES
  • TEATRO DE BONECOS E OUTRAS OFICINAS SÓCIO, EDUCATIVAS E CULTURAIS.
  • DESFILE DO BLOCO AFRO ARCA DO AXÉ NO CARNAVAL DE SALVADOR  E A REDE DE CULTURA ENGOMA-BEIRU-CABULA-SALVADOR-BA-BRASIL EM AUTO-GESTÃO E COM APOIO DA SECULT-BA-CARNAVAL DO OURO NEGRO E OUTROS PARCEIROS. (1999)
  • CRIAÇÃO DO BLOG GIGAFOTO,MAIS.UOL COM MAIS DE 270 MIL VISITAS (  http://mais.uol.com.br/60hdqfuj9v9c ) 2006/ 2008

 

 

 

  • PONTO DE CULTURA E LEITURA (2006)
  • ESCOLA E BIBLIOTECA COMUNITÁRIA ENGENHO DOS NEGROS
  • OFICINAS DE PERCUSSÃO, DANÇA AFRO E ADEREÇOS E FANTASIAS
  •  PRÊMIO PONTINHO DE CULTURA 2010-MINC-SCC
  • PRÊMIO PONTO DE MEMÓRIA 2011-MINC-IBRAM (CRIAÇÃO DO SITE-http://arcadoaxe.comunidades.net/ )
  • PROJETO TOQUE IJEXA 2011-SECULT-BA ( SAMBA DE ENGOMA+CHINA-PAU E JOELMA HIRS).
  • FESTIVAL DE SAMBA DURO EM 2009,GRAVAÇÃO DO CD DOS SAMBAS DE RODAS E JUNINOS DA BAHIA ( MAIO DE 2011) FEDERAÇÃO DO SAMBA-ENGENHO VELHO DE FEDERAÇÃO-SALVADOR
  • INAUGURAÇÃO DA CASA DO SAMBA SANTA CRUZ-ASSEBA-SALVADOR (CASA DO BENIN) SETEMBRO DE 2011
  • PARCERIAS NO PROJETO SALVADOR NEGRO AMOR DO FOTOGRAFO SÉRGIO GUERRA,PONTO DE MEMÓRIA DO BEIRU,TURISMO E BASE COMUNITÁRIA UNEB-CABULA JULHO DE 2012;DIVULGAÇÃO DO CD DE SAMBA NA RADIO HITS DA ENGOMADEIRA (COM O RADIALISTA JAIR ESQUERDINHA),PAULO AXÉ DA RÁDIO TUDO FM,PAULINHO KAKÁ DA RADIO SALVADOR FM, EM 2009 ,DOCUMENTÁRIO DA TVE SOBRE O SAMBA; MATERIA DO PROGRAMA MOSAICO DA TV BAHIA NA ENGOMADIERA COM A DIVULGAÇÃO DA MÚSICA DO SAMBA DE ENGOMA (MARIA ENGOMA DE LAZARO SILVA E DOMINGOS SÉRGIO);ORIENTAÇÃO NA PRODUÇÃO DA REVISTA DA FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATTOS(PONTÃO DE CULTURA) SOBRE A REDE DE CULTURA DO CABULA E ENGOMADEIRA (LEVANTAMENTO HISTÓRICO QUE REVELOU SEU NEN CHULA DE AMARGOSA,SEU PITOTINHO O TANOEIRO E OUTRAS PERSONALIDADES; PROJETO CULTURA E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO COM O GRUPO NIGER OKAN-FUNDAÇÃO FORD E UNEB (SHOW DA BANDA ARCA DO AXÉ NO EVENTO NACIONAL AFRICA RAIZ,SEMINÁRIO INTERNACIONAL E QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS DE MATRIZES AFRICANAS)
  • REUNIÕES DA ASSEBA –SANTO AMARO (PONTÃO DE CULTURA) COM OS ARTICULADORES,OFICINAS DE REDES SOCIAIS E DIVERSAS ATIVIDADES DA REDE,EM IRARÁ E  PELO INTERIOR DA BAHIA., 
  • MACHA DO BEIRU,ZUMBI DOS PALMARES;COM UNEB,ABAB,MUNDO NEGRO,FORUM DE ENTIDADES NEGRAS,NIGER OKAN,CONEN,UNEGRO,MNU,SITOC E OUTRAS ENTIDADES DA REDE.

 

 

 

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D o m i n g o s   S é r g i o

 

 

 

                                                 APRESENTA

 

 

                                                      “POEMAS QUE VEM DO ORI”

                    

                    

                   O autor

                    

                        Natural de Salvador, o poeta,cantor e compositor Domingos Sérgio Freitas Silva é coordenador da Escola Comunitária Engenho dos Negros, que abriga o Bloco Afro Arca do Axé,Samba de Engoma e diversas oficinas numa área do Cabula, nas comunidades de Engomadeira e Beiru.

                        Criado em bairros como Gantois, Calabar e Brotas, desde criança convive entre o universo do candomblé e dos movimentos populares. Sua cultura negra vem de berço. Sob influência do Movimento Negro Brasileiro, passou a frequentar ensaios de blocos afro e afoxé. Sempre escrevia e compunha mas sem mostrar ao público. Graças ao aprendizado sobre cultura negra e de educação vocal, com o ator Mário Gusmão, passou a expor suas composições nos festivais de música do Ilê Aiyê,Mundo Negro, Araiyê,Olodum,Sambão do Fera Negra,Ara Ketu,Samba Tentação do Bonoco e outros grupos;  influenciado também por outros eventos como MPB Shell , o velho radinho de dezenove faixas de seu pai biologico Renato de Oxossi (INSS),desfile do carnaval de Salvador,ensaio do Afoxé Ouru-Baba(Flexa Verde) do Mestre Abaeté ,Afoxé Naganzo do Beiru,Julinho Pirrôt,Brown de Salubá,Democrata,Dídico filho do Mestre Quitute,Indio,Tão,Mestre Jovem,Toinho de Muritiba,Mestre Rafael do Ilê Aiyê ,Roberto do Beiru e sambão de passeios   .

                        E o sucesso não demorou. São de sua autoria Revolta Olodum (Corisco) a música mais tocada no Carnaval de 1990,Madagascar Olodum na letra com Rey Zulu(hoje missionário Renivaldo) e Valmiro 70 compositor e poeta, Banzo, Beco do Siri, Salve Jorge Amado,Calhambec(se de lá,eu de cá),Reggae no Final de Semana ,Agosto de 1798,Espelho da Mulher,Panela do Axé,Martelo de Deus,Cici Ciranda ,Xò Pangaré,Dança do Aviãozinho,Maria Engoma,Misterio do Mar,Tróia Negra em homenagem a revolta dos búzios no Olodum que ficou em terceiro lugar na decada de oitenta, em parceria com (Sérgio Participação-falecido )dentre outras. Na lista de intérpretes de suas composições estão nomes como Leci Brandão, Gal Costa através de Wally Salomão e arranjos de percussão de Mestre Jaqueson e a Banda Raizes do Pelô,Mestre Neguinho do Samba e componentes da Banda Olodum,Joelma Hirs,Nil Vulcão,Banda Latingueto(Ninha,Guedes,Rafael,Mestre Cangalha,M.Teixeira )Joara Ledu,Reluz,Imperio do Samba,Sambão de China-Pau,Samba de Engoma,Grupo os Teimosos,Olodum,Gente Brasileira,Erico do Bonde da Engoma,Cafuné,Samburgo da Alemanha,Supersimples ,Gera Samba-É o Tham,Chinelada,Bambam do Parangolé  ,Alexandre Guedes,Tonho Máteria, Banda Mel,Margareth Menezes,Daniela Mercury,Ivete Sangalo,Chiclete,Edson Gomes,Jau  Peri ,Jamill ,Reflexus,Elimar Santos,Grupo Terra,Julinho Pirrôt,Ana Kallyes,Adson Ramos,Jairo Augusto ,José Olissan e outros. Suas canções integram a trilha sonora do filme Jenipapo, de  Monique Guademberg;parceiros de composições Lázaro Silva,José Olissan,Lazinho do Olodum,Nego Julio,Jairo Augusto,Nego do Barbalho,Paulo Axé,Valmiro 70,Carlos Simon,Alex Radiola,Silvinho,Jóia Santos,Genivaldo Evangelista,Renato Timbaleiro,Iraildes do Afonja(Alaka),Maria Isabel N'Goma,Mestre Soró,Buxique 07,Mestre Vando Badauê,Cal da Bahia,Rubens Confete  e outros.  

 

Correção ; Marcos Rodrigues-Jornalista,Crítico , Militante do Movimento Negro  e Pesquisador da Cultura Afro Brasileira.

                         

                    Exército de ideais

 

Vendo a ociosidade nos rondar

               Vadios para o sistema,

               Assim se chama e se chamava

Levantei uma bandeira

E um exército de ideais

Em versos e poesia

Tanto fazia ser noite

Pois quando acordava lá estava o dia

Escrito, inspirado em tudo que via

Sentia o orgasmo e letras viravam melodia.

Me chamaram de louco, não liguei

Quando soavam os cânticos em evolução

Sabedoria se desenvolvia dentro dos meus pensamentos

Mirabolantes, fantásticos

Viaja num espaço desconhecido

No pântano dos malditos

Mas a tristeza sempre transformei

Em alegria, porém eu sou triste,

Louco e sem dinheiro no bolso.

 

O sonho virou realidade

 

A comunidade unida

Fez o sonho virar realidade

Na horta plantamos sementes

Na escola crianças contentes

Até os buracos fétidos se transformaram

Hoje 600 metros de rua na Baixa do Reggae

Se oficializou na Engomadeira, isso é cultura.

De xicarangoma, goma, de goma, de engoma

O couro para o xirê festejar... mão no pilão

Águas límpidas da Baixa de Nanã

Fontes, sapos, sede, quilombos do amanhã.

 

Hoje os sonhos já deram passos

Reagem os corpos inocentes

Do povo que aportou em terra brazilis

E o vento áfrico nas flautas nativas,

Pois os peles vermelhas não vieram das índias,

Nem o branco da lua,

mas todos são filhos de Tupã

É realidade, seu moço...

É pouca educação popular

Para saciar a sede e sorrir...

Ih! já foi.

O poeta Limeira

 

Casas sem reboco, conflitos

Políticas públicas em outra via

Desde a diáspora africana

A gente não se via, quanto tempo!

Somos várias etnias.

Os navios negreiros eram uma bagunça

Vamos arrumar a casa, vamos varrer

Vamos tirar o lixo que não dá para reciclar

Nos aterros invisíveis.

Vinte de novembro de dois mil e dois,

A lua brilhou, era o reflexo do sol

Contar labores, sabores de viver

Povos apenas se complementam

Mas nada se concretiza... Alá...

E o poeta Limeira então conclama:

“Faremos Palmares de novo”

Com a sede dos tambores

Para não estalar os açoites.

Famílias em banzo

 

Cotas para negros, capitanias hereditárias?

Não...

Pelourinho era lugar de castigo,

Agora é alegria e lazer

Transformar dor em amor

Dar direitos aos desprivilegiados.

É levantar uma questão social

África repartida, essa história não foi pão

Europa desfrutava das riquezas nas nações

Vidas e vidas, cabeça de negro

Famílias em banzo, revoltas e medos

Não vou discutir com você

Sobre cor, sexo, política ou religião

Só queremos reconstruir

Depois do apagão.

Sofrer mais, não,

Queremos solução,

Reaja, lute e mude

Se ligue, minha nação.

Militantes em ação

 

É dever de todos o levante da sua história

Zumbi, João de Deus, Revolta dos Búzios, Malês,

Blocos afro, troças e afoxés

Escola de samba na ponta da língua e do pé

Baianas despacham os bolos de acarajé

Bororô para o velho ... atotô

Macumba ou bozó, é só preconceito

Índios, MST, tanta terra na esfera

Nesta terra vigora a lei do silêncio

Nas caladas noturnas ou do dia

Racismo, extermínio para negros, índios,

Brancos pobres e sem direitos.

Na lei clandestina, não dá gosto fazer rima.

Agora cabeça para cima,

Educação e cultura e

Arte. Nossa arma é pra valer.

Detona...

... militantes em ação.

Jorna...u

 

Tive de engolir sapo para aguentar

O saco da minha patroa sinhá...

Cachaça virou água na boca do povo

E o mal alimentado frita um ovo

Sai gritos, berros,

Nomes do oitavo escalão dos desagrados,

Mas a língua dos que não frequentam a escola

é diferente... zorra...

...porra...

Despirocado, lá vai o cara travado

na ponte que liga até a sua casa.

Ele não cai, está seguro,

Bêbado sabe demais, mas fica calado,

Tauê... na baixada,

Ninguém sabe, ninguém viu,

Tira de tempo o cana,

E o malandro tomba,

Quebra a quitanda,

Um planta o outro leva de bacana,

Mas feliz é viver.

Aqui é um paraíso,

Escambo pra lá e pra cá...

E nossa maior riqueza caramba,

É não ter dinheiro pra gastar.

Vamos lá no jorna...ú

Sempre tem uma saída.

 

Pião Doido

 

Cortaram a luz, cortaram a água

O pião ficou doido, ficou sem nada

O pião acendeu a parada

Ligou a luz, ligou a água

E quando chega a eleição

Ele toma uma solução

Não vai lá, não

Deixa de ser cidadão

E se isola da nação...

Quem constrói os arranha-céus?

Quem desfruta da morada?

Quem aumenta os salários

do herói trabalhador...

Ser patriota, requer amor

Mas a bandeira ele levantou

Era penta e deu grito de gol...

Brasil... zil... zil...

Vamos lá, pião...

O doido varrido achou soluções...

Problemas jamais...

E sempre, e depois!...

E salve a natureza

 

Papelão, latas, garrafas pety... joga fora.

Restos de alimentos... joga fora.

Palavras construtivas... joga fora.

Até onde vai... recicle suas idéias.

No lixo está a saída Para o desemprego,

O meio-ambiente quer respirar dias melhores

Chega de fumaça, odores,

As nuvens não aguentam mais

As águas expulsam as sujeiras

A terra quer voltar a ser fértil

O homem está vendo a natureza falar.

Árvores vão ao chão

Folhas que curam

Águas regradas

Homens com sede...

Vidas preservadas... natureza contente...

Alegre em dias de paz...

E que prenda os marginais...

E salve a natureza.

Agosto de 1798

 

Em agosto de 1798

Se viu explodir a Revolta dos Búzios

Alfaiates, ex-escravos e soldados

Todos unidos em prol da liberdade.

Arerê, argolinhas

Arerê em comum

Arerê, arerê, arerê.

Homens que reivindicam

Cidadania pra essa gente

Tua história, teu passado, teu presente

Do Pelourinho à Piedade

João de Deus como sofreu

Toda discriminação

Jesus negro renasceu

Arerê, argolinhas

Arerê em comum

Arerê, arerê, arerê.

Toque das trombetas

 

O toque das trombetas vai falar

Falar, falar...

A fúria dos leões

Vai se calar,

Calar, calar..

Se salva uma vida

Salva o mundo

Mata minha sede, minha fome

Purifica a minha alma

E me conduz.

E com Deus

Eu vou seguindo os passos

Eu vou seguindo a tua luz

Onde mora o bem

O mal se afasta

Pois a justiça é divina.

Clarividência

 

Marley devoto do Deus Jha

Insígnia de uma grande raça

E lá no topo do universo

Igualdade, liberdade pede o teu regresso

Seja nos guetos ou nas favelas

A luta insinua que abram as janelas

Para entrar a paz e o amor

E a energia cataliza a negra cor

Cla, cla, cla clarividência

E diga cla, cla, cla, cla clarividência

Babatundê...na tenda

Yatundê...na tenda.

Maria Engoma

 

Maria Engoma, na Engomadeira

Engomando o couro para festejar

Maria Engoma, na Engomadeira

Já bateu o martelo lá no Afonjá

Maria Engoma, na Engomadeira

No Beiru, Bate-Folha, Naganzo de Obá

Arca do Axé, Pai Burokô

Esse povo da cadência Ijexá

Samba de caboclo é Cabula

Bate-folha no corpo e não lê a bula

Levanta que o tempo é de Murici

Cada um cuida de si

E Olorum de toda natureza

Nossas origens, nossos costumes

Não posso me calar

O caldeirão cultural ferve dentro de mim

Ouço o batucajé

E fogos de festin...

Axé!...

Maria do Cabuletê

 

Bebeu na moringa

Quebrou a cabaça

Na roda de bamba

É Maria do Cabuletê.

 

Na roça do axé do Cabuletê

Erês são meninos

É Maria do Cabuletê.

 

Canzuá das mandingas

Vem gente bonita

Onde a fé nos alcança

É Maria do Cabuletê.

 

Na fonte de Nanã

Vem banhar a cabeça

Do seu guardião

É Maria do Cabuletê.

Hino dos afro

 

Afro são responsáveis para difundir

nossa cultura

Mesmo que o sistema queira nos abafar

Eu chego lá

Chega de discriminação e preconceito

Heróis na resistência, batem no peito

O nosso sonho se concretiza

Salve a natureza, nossa mãe África

Es a razão do viver

Quem tem fé irá viver

Eu digo, Zumbi...

Você está vivo, os erês são seus filhos

Nos canzuás da resistência... quilombola

E todos os dias é dia da consciência.

Meu Brasil...

Seja lá nas Américas, Jamaica

Norte ou sul

Na diáspora que convoca

Todo mundo... alujá

Pela sede de justiça e reparações.

Afirmativos chegando lá... se expressam

Tocam... tocam o navio Ijexá...

Chegando lá...

Dialeto Bandido

 

Saudade que tenho da aurora do dia contigo

Eu pego carona no teu dialeto bandido

Em toda via seja lá onde for

De boca em boca no correio nagô

Não quero papo furado

Só quero estar com você

Nos momentos difíceis ou na hora do prazer

O mar é infinito pra mim e pra você

Reflete em ti o verde do jardim do amor

Levanta assim a nossa emoção

Batendo forte nossos corações.

A Cor Dendê

 

Eh dendê cor, dendê cor, dendê

Sou da flor do dendê

Da morada de Ifá

Do Beiru, Engomadeira encabular.

Pega a massa e prepara

Para ir ao fogo

Rodando a saia

Haja fôlego... baiana faceira

Es tão linda de se ver

Vestida com os axos do teu axé

Se toca foguete

Vai rolar candomblé

O caruru é de 7 meninos

Tem quatorze quiabos

E vinte e um não vou contar.

Pedra da Sorte

 

Ô minha linda Pedra da Sorte

Se tem vento sul, tem vento norte

Eu só tô querendo só te ver

O corpo e a mente se unem

As cordas do violão são de aço

A lua se esconde nos altos

E a flecha esculpida no braço.

Segredos na arca encantada

Fiquei rico de sabedorias

Fiquei feliz por te ver

Acendi a fogueira em teu coração

Mas sabe que tudo só foi uma grande ilusão

Ô minha linda Pedra da Sorte!

 

Linda Flor do Massapê

 

Te conheci lá no Nordeste,

Ô linda Flor do Massapê,

Diz que faz e acontece

No luar guardei teu brilho

Vai no nascer do sol

Lá está o meu abrigo

Que eu só quero namorar

Na noite de animação

Na festa da padroeira

E baião ou gozação

Na feira do caxixi

Belos frutos tropicais

Pra exportar pro meu Brasil.

Ô linda Flor do Massapê

Escreveu, tu quer me ver

Ai que saudade de ocê

Ô pega o boi, ô laça o boi

Ô pega o boi, ô laça o boi

Pega eu bumba-meu-boi

Ô capangueiro,

Eu sou vaqueiro.

               Quebra Coco

 

Quebra coco no meu quintal

Quebra coco maracatu

Quebra-quebra, deixa quebrar

Bate na pedra o coco pra quebrar.

Roda pião, roda pião

Pião só sabe rodar

Roda pião, roda pião

Um é ímpar, dois é par

Viola que chora

Pois terra rachou

Na chuva ou na seca

Viola tocou.

Saudade dos velhos tempos

 

Influências poéticas de Wally Salomão

Nos velhos diários oficiais

Que eu sempre lia

Na época do cartório da Sé.

A melodia de Brown compositor

Do afoxé Naganzo do Beiru

Eu nunca esqueço

Das cantigas das festas de largo

Dos sermões de Mário Gusmão.

Ser Domingos Sérgio é ser

Todos os oprimidos e marginalizados

É ser fiel, saber lutar e não desistir

Pela educação, cultura e arte

De sobreviver, viver, buscar qualidade

E um futuro melhor.

Mas Ivan da Sitoc também me ensinou

Afro, afoxé, Elba, Cazuza, Camisa de Vênus

A voz de Lazinho, Gal cantando Corisco

Enfim, cadê o MPB Shell?

Estou com saudade...

 

Todos os meus sentidos

 

O seu gingado é que me faz tão bem...

No seu pensamento quero viajar

Então me leve no seu balancê

Nas curvas do seu corpo tem prazer

Não dá, não dá

Tô morrendo de saudade,

Quero lhe encontrar

Sentir ver, pegar e tocar

Todos os meus sentidos

Querem lhe provar.

O sorriso da natureza

 

A noite encontra o dia

Com o sol fervendo ao brilho do mar

As gaivotas voando sobre as ondas

Mas a noite chega, a lua aparece,

As estrelas brilham e o dia amanhece,

Nasce o sol da meia-noite.

Esperança, ai se não fosse ela!

Respirar, ai daquele que não se alimente do ar!

Mas o belo está triste

E depende de você, depende de nós

Juntos podemos devolver o sorriso da natureza.

 

Peneira do amor

 

Meu amor, não tapa o sol com a peneira

Vive só se requebrando noite inteira

Quantas estrelas tem o céu?

Eu não sei

Dobro a aba do meu chapéu

Pra te ver

Menina, que o sol peneira,

Eu já vou

Menina, quer peneirar,

Meu amor, na corda do violão?

Vem, mainha,

Que toca no coração, bem baixinho

Quem me dera ter você

Só na minha,

No samba do meu viver,

Malandrinha

De papai, mamãe, vem brincar

De mamãe, papai, vem me amar.

 

Terra dos índios

 

O cachimbo do índio

Cachimbando pela paz

Ouço o som dos tambores

Dos seus ancestrais

Jaci, Guaraci,

No sol, no luar,

Tupã me valeu nas ondas do mar.

Olha o pulo do gato do mato

Nas matas do Brasil

Caboclo e índio

Sonho tão anil

Verde mar, cultura em ouro

Em toda a América,

Você é o tesouro

Ameríndios

                         terra

                                     natureza.

 

Sonho de criança

 

Eu quero reluzir em teus caminhos,

Odara

Para que eu possa prosperar

Pai e mãe,

Não tem senhor, não tem sinhá

Que me faça trabalhar

Sem ganhar o meu tostão.

Panela no fogo,

Quem te viu, quem te vê

Com azeite de dendê

Indumentado de Ilê

Cabelo de trança balançava no massapê.

Teu sorriso, tua dança,

No meu sonho de criança,

Salve o toque dos alabês...

 

Nação Ketu

 

Uma geração que passa, outra que fica,

A nação ketu pelo mundo se espalhou

Essa é a luz que se estiliza na cidade

Na escuridão da noite, eu vejo a lua

Quando ofusca a grande aurora

No reino das matas, atirei uma flecha

Na lágrima de uma inocente pessoa

O infinito canto das sereias

Espelho ou leque

Nos cativa de amor e esperança

Naquela manhã, o sol dourado me fascinou

Hasteada a bandeira no tempo

Foguetes anunciavam o candomblé ketu-nagô

Todos de branco

Oxalá e as águas de flor

Águas para quem  quereis saciar.

 

Fogo da justiça

 

Andar, dandar, pelos caminhos do sol

Andar, dandar, pelos caminhos do mar

Andar, dandar, pelos caminhos do luar

Andar, dandar, ouvindo o mensageiro falar.

 

Búzios moeda, búzios revolta

Búzios se jogam nos segredos de Ifá

Os tambores estão rufando

Pela igualdade e a fraternidade

Homens de lá, homens de cá

Criolo, quibundo, tupi, yoruba.

 

O sonho dos oprimidos está registrado

No livro do fogo da justiça

Kaô não se cala

E com seu raio que parte as maldades

Onde fores, onde andares.

 

Reflexão 1988

 

Quem me entende, sabe porque luto

Quem não entende faz pouco

E desafia minhas capacidades vitais

De falar, pensar e realizar.

Que a luz que entra nas portas

Ao amanhecer,

Acorde, alerte, grite o ser que dorme,

Inocentemente flutui nas ondas da vida,

Para que haja liberdade de viver

Entre os homens.

Só Deus remontaria num só dia

Chorar não adianta, adianta lutar!...

 

Candomblé religião

 

De três princesas africanas

Surgiu na antiga Barroquinha

A nossa religião, o Candomblé,

Tão bela quanto as outras religiões.

Adeptos, lessen orixá, emanados pela fé

Miguel Arcanjo, babalorixá,

Precursor lá do Beiru,

Cultuador dos elementos da natureza;

Rufino do Tomi Bocum;

Minha Gal, lá do Arenoso.

Podamin Bominfá é um canzuá

E Santinho, Rosa, Marcos do Ilê,

Regi, D. Jucélia, D. Maria Rezadeira

Luís da Engomadeira,

D. Urania da Casa Angola Branca,

E suas Irmãs.

 

Meu ori

 

E não me importa, não

Eu posso ser o primeiro,

O segundo ou terceiro...

E não me importa, não

Eu só quero mandar uma mensagem

Para o mundo inteiro.

Ouço vozes da África

Meu ori me faz cantar,

Desabafar todos os meus sentimentos,

Vou mergulhar nesta riqueza

Da nossa cultura afro-brasileira.

Meu avô Pinheiro

Era português dos olhos azuis;

Minha avó Joana era negra

Tão alta e tão bela;

Minha avó Julieta era cabocla

E meu avô Gregório

Me levou na Cachoeira de Oxumaré, em São Bartolomeu,

Para nunca mais eu esquecer minhas origens.

Tá no meu ori

Olorum, pai... obrigado...

salve todos que têm fé.

 

Alagobada

 

Tu já foi em Alagoas?

Eu não, Bahia,

Mas nasci foi em Penedo

Desde criança vivo em Salvador.

Tua cidade é tão bonita!

Tira um tempo e vai por lá

Só filha de Alagoas

Na igreja nova cai garoa

Cai, cai, cai,

Cai, garoa

Tem coco, baião, tem gente boa

Nordeste Bahia é coisa boa.

Tu fala ou canta entoando o arrastapé

É negro com índio, é negro fugido

No batucajé da tua fé

E a Serra da Barriga, Zumbi

Quilombola ecoa na maré.

 

Rap, quizila de rua

 

Na rua, só se aprende o que não presta

Na rua, não se encontram amigos

Pra chamar pra estudar.

Só se encontram inimigos

Chamando pra roubar, fumar e bagunçar.

Ei, amigo, faça a paz com o inimigo...

Em nome das matas

Vamos salvar as vidas.

Em nome das águas,

Lavar as feridas.

E o sistema se cala

E pouco se faz.

 

Samba da vida

 

O vento me leva, quiô, quiô

Eu não sou brincadeira

Eu vim pro samba,

Pra não ficar de bobeira.

Hoje a maré está mansa

Feito sorriso de criança

Nada me faz desistir

Desta luta, destas andanças.

Jóia rara é ser feliz

Na humildade por um tris

Transformando e recriando

Lá vamos nós...

O Brasil é nosso país

Sempre venço as batalhas

Com armas que não ferem

Cantarolando sempre com emoção

Levo as mensagens de união

Mesmo que muitos não me ouçam.

 

Nosso tesouro

 

É de luz que brilha

O ouro da sabedoria, nosso tesouro

Quem vê não pode tocar

Olorum é quem protege e não deixa furtar.

 

O guardião está em alerta

Guerreiro de mariô

De tempo em tempo, atiça o bororô,

Sacudimento de folhas,

A natureza é tão bela,

É lá que eu guardo o meu amor.

 

Neste mundo de ambição desgovernada

Na capoeira, encontro a ginga

No passado tão sangrento da nação

Orixá é orixá...

Santo é santo...

E sincretismo tirando de tempo

Em todos os cantos...

 

Povo de fé

 

Salve o povo de fé

E quem não é da fé?

As muletas do velho

São de luz

E quem guia para os caminhos

Num flash da sua dança tão vigorosa

Saudamos então: atôtô!

Agô, eu peço licença

Agô, eu quero passar

Agô, salve todos os orixá

Agô, na paz de Oxalá...

 

África

 

Eu digo África.

África, és um fenômeno

Um sorriso ancestral

Que sopra lá e sopra cá

África,

Es um vento austral

E mais que um direito,

Direitos humanos

Direitos já... África.

Ouço vozes da África

Por isso quero cantar,

Desabafar todos os sentimentos

E mergulhar entre o céu e o mar

Deixar o vento soprar.

Ouço vozes de África-Bahia

Deixa o povo emanar!

 

Dezembro 2002

 

Cenas de violência e palavras

Há verdadeira apologia ao crime

Não basta a corrupção, cara!

Vá estudar que é melhor,

Senta na cadeira de doutor!

É difícil, então comece a lutar

Desligue a Tv, vá menos à igreja

Beba menos, consuma menos supérfluos

Pare de se drogar,

Então comece a economizar

Para com a educação a gente mudar

Pare e pense, ouça essa letra,

Morô?...

 

Resistência da fé

 

Eu vou navegar nos sete mares

Eu estou a bordo da Arca do Axé.

Lessen orixá funfun,

Olha o sopro da vida!

Resistência da fé

Lessen orixá funfun,

Só há um rei, que é Deus.

Lessen orixá funfun,

Na busca de bem comum

Obatalá ...

Oxalá, Oxalufã, Oxaguiã.

 

 

O verbo em alerta

 

Está sorrindo por quê?

Da mesma forma que o mendigo sofre,

Nós estamos sofrendo.

E ainda dizem que no Brasil

Não tem preconceito.

É fruto do racismo, das sequelas da escravidão

Me prove o contrário.

Meu pensamento está na contra-mão

E muitos são teleguiados pela dominação.

O

     verbo

                  alerta

                               as mentes.

 

Leia

              e

                    fique

                                consciente.

 

Narrando nossa história

 

América,

Sua tradição é escravocrata.

O negro e o índio

São resistência aos absurdos

De ontem e de hoje,

Em busca de um futuro melhor,

Bem melhor do que o presente.

Se você está inconsciente

Tá na hora de se alertar,

Encabulando os encabulados.

Quilombos modernos é resistência

Reparação aos desamparados

Já, mas não foi possível...

 

Malandro

 

Toquei fogo no canavial

Faltou cana para os bacanas

Que faziam a sujeira no fundo do quintal

Levantando a poeira...

Começava sexta-feira

Terminava segunda-feira

Levantando a poeira

Não tinha hora para acabar

Quem quisesse, que se acabasse.

E zé fini... malandro!

 

O censo

 

A nega me chama de nego

A preta me chama de preto

Mas não posso negar a minha cor.

Não precisa fazer o censo da negra Bahia.

Afrodescendentes: costumam-se dizer

Ilê Aiyê estimula o povo a pensar,

A auto-estima se faz no cantar

30 anos dos afro

desde o melô do Banzo,

Puxada Axé, Arca do Axé

e outros mais.

Alguns desistiram, outros resistiram

E a luta tende a continuar.

 

Nossas identidades

 

Paz, eu quero paz,

Olorum é mais

É a voz dos nossos ancestrais,

Viajando no coração da África

Vivendo em comunidade,

Lá estão os Ashipa.

Pierre Verger com o Mestre Didi

Encontrou nossos traços culturais

Nossas identidades milenares.

Viver é tão lindo, em comum

No canto, tão comum em comunidade

É de pai, é de filho

Ou é de netos.

Os filhos do pai e da mãe das águas

Do ar, da terra, do fogo, das pedras,

Das matas, menos da solidão...

Por isso ou por aquilo

Quero viver em comunhão.

 

09-05-1988

(aniversário do meu avô)Manuel Pinheiro(português)

 

Meu coração chora, lastima meus problemas,

A vida pára  tudo dentro de mim.

Mas penso em Deus, a força da fé de viver.

Tudo me relaciona, todos me preocupam

para que tenha um destino diferente,

melhor, próspero...

E que as coisas boas se multipliquem

entre aqueles de bom coração.

Naquela semana se refletia os cem anos sem abolição,

estava mexendo comigo,

pois eu sou uma das raízes profundas do Movimento Negro

em prol de dias melhores...

 

Encanto yorubá

 

Posso sentir tua humildade

Que floresce e se espalha

Es tão doce quanto as águas

Es do trono lá da África.

Tambores soando,

Vem de lá vem da Baixa de Nanã

Conversando ao pé das árvores

Que rodeiam o Afonjá.

Balança de cá

Balança de lá

Nesse encanto yorubá.

 

 

Comum-Nagô

 

Quero viver em comunhão

Quero viver em comum-nagô

Quero viver em comunidade

No Candomblé do bisavô.

 

Toque um alujá pra eu ouvir

Vem do Afonjá, tá no ori.

Salve o verde que se faz presente

Nesta roça do Ilê Axé,

Salve o nosso subconsciente

Bahia – Nigéria – África.

 

O som que embala é ijexá

Nas ondas que banham a nossa baía

Fé, alegria é a cara dessa gente

E 20 de novembro, muito mais que consciente,

Resistente no mundo dos vivos...

Axé.

 

Fofoca

 

Você não vive melhor

Por causa das fofocas

Na minha língua é ejó...

Fofocas

Falando da vida alheia

Conversando fiado

Para pagar depois.

Minha orelha esquenta

Sua língua é pior que pimenta!

Ninguém aguenta,

O sindicato da fofoca já abriu inscrição

No dia da comemoração

Não vai faltar... fofoca

O povo não vive sem ela.

 

União Africana

                

               África, es um fenômeno

Que sopra e me faz navegar.

África... África,

Vejo suas pinturas rupestres, sim

Totemismo marcante na religião

Vejo máscaras africanas...

Não se pode julgar sem saber

Pois a bela estética está no seu interior.

Eu digo homem negro,

Negro homem,

Por isso clamo por África

Quero ouvir ecoar nossa linda canção

Diáspora... sementes... África...

Se espalha pelo mundo.

 

 

 

Mãe Natureza

 

No horizonte, entre o céu e o mar

Ele sopra, o vento nos traz bom ar.

Sempre passo nas baixadas

Lá da Babilônia, Nanã,

Entre Engoma e o Beiru.

O leito do rio foi contaminado pelo homem.

O rio morreu, garrafas pety, plásticos, lixo

Cachorro morto, insetos, doenças

E um mau cheiro, parece encosto... saravá!

E próximo às igrejas fazem descarrego,

Coisa de candomblezeiro (crentes e adeptos)

O sincretismo não pára por aí,

Mas as soluções ficam boiando

Na desinformação generalizada pelo sistema.

Mas na Tv se vê propaganda ecológica

E o povo que vive nas periferias,

Nos leitos dos rios não foram educados para a evolução.

Imagine os nossos doutores, os nossos políticos...

é chegada a hora de acordar.

Mãe Natureza precisa viver.

 

Meu ori serve ao pai

 

Tudo dado com amor

Se propaga o esplendor.

Pela vida na terra se acende a tocha da paz,

E abre os caminhos para o renascimento

De pensar, de ver em cada ser, novos rumos.

 

Minha imaginação vôa,

Meus sentimentos ecoam,

Meu corpo está em ação

E o meu ori serve ao pai.

 

O criador sabe, não precisa dizer

A humildade e a solidariedade

E a nossa riqueza

Nem todos exergam.

É uma pena... seu moço!...

 

Semelhanças

 

Terra de ébano,

O homem queimado pelo sol,

Negra Etiópia-Egito-África,

Negra Bahia-Brasil-odara,

Semelhança no estilo de vida.

Conhecer o nosso antepassado

Ser fraterno e acreditar no futuro,

No presente, nessa gente...

E nada mudará a riqueza

Que congrega no subconsciente

Cada povo, cada língua

Costumes em intrigas.

Mas sempre haverá fadigas?

 

Do cordel aos tuaregues

Cavaleiros azuis do deserto

Do mulçumano aos evangélicos

Do pedreiro ao engenheiro

Semelhanças no estilo de vida.

 

“Bloco Afro”

30 anos

 

Foi no Melô do Banzo...

Canta Olodum

Fala Ilê.

As sementes do rastafarianismo brotaram

Pinturas rupestres nas estampas

Ouro, marfim, incenso, especiarias,

Abissínia, escritas, leão africano,

Etnografia, segredos milenares,

Máscaras, simbologias, tótem,

Rivais de fé... para quem quiser.

Saariana, safari, savana...

Lá vem o batuque.

Búfalos, girafas, fauna tropical

Cenas de caça, danças em rituais

Movimentos, culto ao antepassado

Práticas mágicas, o mundo dos espíritos

A fome e a seca, o homem e a natureza

A exploração dos europeus... ganância

Na partilha da África... independência das colônias

Você conhece a sua história?

Precisamos conhecer...

O pouco que sei, já me identifica

Nos 30 anos dos blocos afro em 2004

Melô do Banzo, Ilê aiyê, Arca do Axé,

Afoxés, indígenas...

E muitos outros contribuíram para o carnaval

E o sócio-cultural construtivista linguajar nagô.

E salve todos aqueles desta embaixada afro-brasileira,

Mário Gusmão nos alertou...

 

Cici Ciranda

 

Ci... Ciranda

Ciranda, ciranda

Ela brinca de roda

E gosta de sambar.

Não tem pé de moleque

Lá no massapê,

Chama seu Alaô

Pra fazer arerê.

Choveu canivete lá no Tororó.

Na semente, na terra

A chuva molhou,

No sertão de meu Deus se comemorou.

Hoje é verde-amarelo

Do Brasil nossa cor.

Bússola do tempo

 

A minha tez

A minha cor da pele

De onde venho...

Da flor das águas

Renasce a esperança

No silêncio do ecossistema.

Minhas antenas capitam tecnologias.

Mas acordo na favela,

É meu dia a dia.

Computadores apresentam biodiversidades

Mando fax pros modernos

Pra acabar com os apartheids.

Eu já não sei para onde ir,

Bússola do tempo,

Eu não sei para onde ir.

 

Quem viver verá

 

               O mundo não será o mesmo

Depois da caída do muro de Berlim.

Somália, Disneilândia da fome

Brasil sente o gosto da democracia

Um movimento contemporâneo.

Negro lindo colossal

Quem viver, verá...

Cidadão, cidadania

Vai prevalecer

No semblante dessa gente

A cada amanhecer.

Olha o choro do timbau!

Agora é alegria,

Vou cantarolando nessa melodia.

Perfil étnico

 

O impacto das religiões

Aflora teu mundo, Bahia!

Uma nação africana

Salvador, Cachoeira, eterna magia

Tá na pele, no sangue,

Na cor de toda nação.

Neste mundo dos vivos,

Perfil étnico da população

Bantos, fulanis, haussás, malês

Cultuam divindades naturais

Para o mundo viver.

Guerra santa, islâmica

Fator universal da África

Que não voltará jamais.

Escravos instruídos

Fidelidade pelo corão

Autocratizou toda uma classe

Não aderindo à permutação.

 

O poeta língua solta

 

A língua do poeta

É uma língua solta

Fala da tristeza

Fala da alegria

E a gandaia

Que não fica atoa,

Balançando lá no reggae,

Faz até canoa.

Um velho navegante

Guiado por estrelas

Os raios do sol aquecem as tuas teias.

Viajo pelo rio

Que se encontra com o mar

A bússola do tempo não pode  parar

Eu amo a terra como eu amo o ar

Eu amo a Deus em primeiro lugar.

 

Cabulando

 

Conjugar o verbo

Cabulando, dando cambalhotas

Sai do Afonjá em 1935

Na Troça Carnavalesca Pae Burokô

Na década de 80,

Curtir o afoxé Naganzo de Obá

Nas terras do nego Beiru.

O berimbau soava, foguete estalava

Mestre Vavinho da capoeira,

Pedro Arcanjo candomblezeiro,

Seu Abaeté carnavalesco,

Rufino babalorixá,

Jairo Augusto, compositor, músico,

Artesão deste mundo afro a reinar.

Mundo negro, Alotixá, Astecas

Arrasta Lata, Zamzibar, Arca do Axé,

Fontes de águas naturais, flora e fauna

Pedaço da mata atlântica.

Minha Gal, Bate-folha...

Axé, axós, batás,

Ilus, engomas, ilês,

Canzuás e linguajar da resistência

Afro-brasileira.

 

Alto do Gantois

 

Era menino, indo pra escola

Próximo ao Alto do Gantois

Passava pelo pé de Iroko

Em frente ao Terreiro de Mãe Menininha

Em vida, esplendor que sobrevive

na natureza da fé daqueles que crêem

nesta força sobrenatural, fenomenal

como o vento áfrico...

Silencioso, brando, violento

Todos carregam suas qualidades,

Defeitos e diferenças culturais

Intolerância religiosa, xenofobia,

Apartheid, racismo.

Somos vítimas, reagimos,

Lutamos no passado

e no presente ainda resistimos

Triunfantemente para o caminho do pai Oxalá...

Só queremos paz.

 

Juc-Calabar

 

Tinha tudo, mas não tinha nada

Não conhecia as dificuldades da periferia.

Meu pai, minha mãe, em separação,

Eu no meio do conflito

Mas não fiquei na solidão...

Achei um porto seguro

Desbravadores do grupo

Jovens unidos do Calabar.

Não se calou, lutou, transformou

A nossa comunidade querida,

Antigo quilombo, pedaço deste imenso Brasil.

Muito ainda falta, mas do zero já saiu

Muitos são os problemas neste verde-azul-anil.

Vó Raimunda, com seu bororó,

Com coco e flor

Pé de Loco na ladeira,

Candomblé vira noite, era o povo de cor

E os preconceitos sempre nos açoites.

Desejo que os bairros levantem

Suas bandeiras de luta

Calabar, Engomadeira, Baixa do Reggae, Nanã...

E outros precisam de qualidade de vida...

É norte-sul, leste-oeste... se ligue...

 

 

Oriki Renato de Oxossi

 

Levanta-te Renato, renasce

Na luz que te guia do teu Oxossi

Caçador do reino de Ketu,

Atirador de uma flexa só, na tua crença

Em nossa senhora da Conceição da Praia

Nas águas salgadas do oceano,

Onde sempre banhava sua cabeça, onde na praia

Sempre desfrutou da natureza de Iemanjá,

Da areia, da pedra, do salitre, de Tupã, de Rá...

Fala com a mente

Fala telepaticamente

No olhar do subconsciente.

Nada te abaterá

Nem o pássaro enviado pela malvada

Feiticeira, flexará no peito com uma só flexa

Na hora certa, faremos e fizemos ebós,

Adivinharemos e curaremos tua enfermidade

Assim seja a vontade do Pai Olorum

Invocaremos a goiabeira, o balanço dos ventos,

A força das águas, as encruzilhadas do mar,

Sete ondas, Ogum Marinho, o velho Obaluaê, dono das bexigas e todos os orixás guerreiros como Ogum,

Sutil como Oxum,

Rápido como Iansã,

Justiceiro como Xangô

E harmonioso como Oxalá.

Sabedoria Milenar

 

É a voz, o saber ancestral

Encarnado no axé cultural

São traços marcantes desta região

Religião e a língua vem do coração

 

Nguni – Tsongas – Shanganas

Bantus centrais, bantus do sul

 

Curuzu – Liberdade, vem ver

Quioiô... vutlari é Ilê Aiyê

 

Ô me chama... vanwana

Sou um guerreiro ... gererê

Ô me chama ... vanwana

Moçambique – Maputo... vem me ver

 

Com a benção de mãe Hilda,

Eu chego lá, lá, lá, lá...

Benzido de n’sabas, pemba de oxalá

 

Adivinhos! Curandeiros!

Sabedoria Milenar

Adivinhos! Tinholo!

Sabedoria Milenar

 

1975, independência moçambicana

Da costa oriental, austral e africana

A Frelimo ergueu a justiça

Samora Machel revolucionário

Contra toda exploração...

 

Ê senzala... Aiyê

Barro preto... Ilê

 

Arte, cultura e educação

Fazendo o arerê

 

 

 

 

 

Fantástico Mundo

 

Teo, Teo, Teo...

Teologia...

Tem sabedoria a...

No casamento solar...

 

No fantástico mundo

De Tutancamon

Que tá na íris do sol

Nefertiti – tidon

 

O sarcófago o ouro da

Imensa poeira

E o rio Nilo-Olodum

Transcendendal mensageiro

 

Ori rê ri rê

Ori rê ô

Um olhar pro futuro

Ori rê ô

 

Totemismo marcante

Na esfinge do seio

Que pulsa pela liberdade

Leão soberano

Do negro guerreiro

Africanos da Bahia

 

Maria de Togoá

Foi avó de Iazinha de Nanã

Silvino era seu pai

Descendente de africanos da Bahia

Menininha, sua tia

Queria lavar suas contas de Ibêji

O seu pai não permitia

Crispina e Crispiniana numa só...

 

Maria de togoá

Menininha do Gantois

Neta e sobrinha, Iazinha de Nanã,

Nego Julio, seu filho compositor

Narando a história da Bahia

Com seus balangandãs

Axé porta-estandarte,

No afoxé da alegria.

Quando eu andanga

Tu paianga

(Quando eu vinha

Você já ia)

Dizia a velha Urânia da Cidade Nova

No balanço da jangada

No sopro da ventania

No barrufo, no açoite

Cai a chuva, cai o dia

Estrela divina negra

Falo das três africanas

Urânia, Dudu, Noêmia

e vó Raimunda da Calabar (odô bi)

Educação, cultura e religião

Se resumem na missão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                   Joana de Ossanha

 

               Macumba lelê, badico nariz de penico

São joão das correntes, muilá e luz

Corrente dos velhos babá

Na fé, na religião dos orixás

Saudando o tempo, com tempo, tem tempo,

Fruta só dá no tempo.

 

A serpente de Dan

Está presente neste canzuá de Angola Branca do giro

Todos de funfun pede agô

Mussuru daqué, silêncio nas matas fechadas

A mulher é igual a vidro, manga

Mas carrega a ancestralidade no ori,

Nos sonhos...

Adupé... Olorum.

 

 

 

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Nova camada...